terça-feira, 9 de junho de 2009

Textos - alunos da Professora Irene - Gestar- II - TP4

Artigo publicado no Caderno I Coluna "Opinião" . edição nº 6105 do Jornal de Uberaba, p. 02, no dia 30/01/2007

Palíndromos: uma história para se espelhar
Ormezinda Maria Ribeiro- Aya é Doutora em Lingüística e Língua Portuguesa pela Unesp.
aya_ribeiro@yahoo.com.br

A professora de Anna e Natan ensinou na escola o que são palíndromos. O nome soou estranho, mas resultou em uma brincadeira. Vamos dizer que é uma divertida viagem de ida e volta na palavra ou na frase. Os alunos, curiosos matutam: como seria viajar nas palavras? Não vale rir. Erro comum ocorre: Iracema não é palíndromo. É anagrama de América. Assim como Célia é anagrama de Alice, Eliane de Elaine e Dariane de Ariadne. Aproveitam-se todas as letras, mas não se lê de trás para frente com o mesmo sentido. Não é frase espelho, com perfeição na simetria, nem se parece com a “serpente que morde a própria cauda”, como o palíndromo. Até mesmo o sério lingüista Saussure embarcou nessa brincadeira. Para encantar mais a turma, a professora resolveu fazer um desafio: “ramo do temor prometo domar. Chega de provas com pontos decorados. - A nota me vem à tona. Vamos explorar a criatividade, o ingresso no círculo mágico das palavras". “Como”- Perguntou um dos alunos: “Só sei que meu QI é SOS”. –“É só ir a vários lugares que nos dê sol e selos, Edson, e voltar pelo mesmo caminho das palavras e frases, percorrendo sua linearidade. E você eco vê nesse ir e vir com os olhos, passeando pelas letras que se juntam e se organizam como se quisessem, elas próprias, encontrar a sua cauda, como uma aliança que não tem início ou fim. Escrever e ler por prazer, não por obrigação. - Só, nem menos, nem mais. Age, vá, navega! Como uma Alice curiosa, Mergulhe fundo no reino espelhado das palavras. Zarpar apraz. - Alie-se, sei lá. Atreve, reverta. Faça acontecer. Dê vida às palavras, dê forma à imaginação”. Os alunos, ansiosos, anotaram a data da maratona e cada um, com um radar, passou a embarcar nessa viagem, a rever cada palavra escrita, a reler, cada palavra lida, a fim de merecerem a vitória. A ala mirim adorou a idéia. O treco certo! Aplaudiram Oto e Raul Luar. Nessa hora "Irene ri", e só nós sabemos porquê. Afinal, o revés é severo. A dica ácida dos que vêem a educação como mera reprodução de modelos é inevitável. Assim, professora e alunos descobriram nessa divertida viagem que palíndromo é um eco doce, que salta o Atlas, que orar é verbo breve, raro, e que Metáfora farofa tem. Nesse jogo não se avista a torre da derrota. Todos ganham. Que bom que a escola de hoje não mais ensina por cartilhas. Foi-se o tempo em que alunos tinham que repetir: a babá baba. Ato idiota. - E cito idiotice.
Enquanto em Brasília a mala nada na lama (É de Fred: "o poder fede"), os professores, esses artistas, ensinam a ralar a anilina para a ver cor e graça na educação. "Aí, Zé, opa!". Isso não é palíndromo, mas quase: é a poesia de brincar com as palavras, de dar vida às letras. Isso é mágica de Guimarães Rosa. Luz azul!

As palavras e expressões com destaques são palíndromos por isso podem ser lidas de trás para frente mantendo o mesmo sentido.
Produções alunos
Uma história para se explicar
Tainara da Silva 93

Estava eu lá na escola quase para entrar para a sala de aula. Caí e minha professora Irene ri. Hoje, tive que sair da sala. Na verdade tive que ir embora, pois fui ao médico. Tive infecção no osso. Minha irmã namora o Bob. Não gosto dele, ele é chato.
O Natan é meu primo e gosta de mim, mas eu não.
A Ivi, minha cachorrinha, morreu e estou muito triste.

Eu e meu amigo
Maicon Rodrigo Silva – 94

Num certo dia eu estava andando e meu amigo me falou para ir na festa da APAE. Fomos rápido, pois estávamos atrasados. Chegando lá meu amigo ficou com Ana e eu com a Ivi.
Fomos embora, passamos na praça e vimos um osso de cachorro. Mexendo com o cachorro ele veio atrás de nós e quase mordeu um rapaz que se chama Bob. Falei para meu amigo: Erro comum ocorre, mas só sei que somos muito colegas.
Passamos perto de umas meninas feias e mexemos, começaram a vaiar.. Ele falou:
__Soma vaia, vamos. São muitas vaias e eu não quero somar. Chegamos num bar onde o nome era esquisito, Lar mi ral , entramos, comemos salgadinhos e fomos para casa.

Políndromo: uma história para se espelhar
Natiele Pedroso- 94

Ana e Natan estavam assentados na beira de um riacho,alegres brincando com seu cãozinho Tico.
Ana gritou:
__Tico, olha o osso, ele saiu correndo atrás dele. Estava tão ansioso para pegar seu osso que nem percebeu que ali havia uma linda casa de praia.
Natan gritou:
__Olha o ovo,e Ana no momento não entendeu. Tico bateu a cabeça na casa e veio chorando com um enorme ovo em sua cabeça. Ana e Natan riram até ficar com dor de barriga.A tarde foi maravilhosa.
Tico era pai de três cãozinhos lindos chamados: Bob, Gug ,Ivi que infelizmente não podiam sair com ele porque ainda eram novinhos. Ana e Natan brincaram a tarde toda.

Um comentário:

  1. Oi Roseli, gostei muito da sua proposta e me alegrei ao ver a semente do Gestar II brotando com toda força e vigor. Abraços Aya

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